quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

NOITES QUENTES E FUMAÇA, QUAL A RELAÇÃO?

Queimadas sem controle agravam os problemas urbanos também
Olhos vermelhos e irritados, pessoas tossindo e pigarreando, postos de saúde lotados de gente com problemas respiratórios e intenso calor dia e noite. Parece até que estamos falando de uma grande cidade do Sudeste brasileiro, contudo, a descrição é de Marabá.
 
Novamente, ecologistas chamam a atenção para o modelo predatório de pecuária predominante na Amazônia, que reúne desmatamento, a exigência de grandes áreas de pastagem, e em grande parte dos casos,  grilagem e trabalho escravo.
 
Esse paradigma que enriquece uma minoria (geralmente forasteiros) tem espalhado pobreza e doenças para grande parte da população local, que assiste a destruição do meio ambiente de sua região, enquanto respira o ar poluído de fumaça gerada pelas queimadas. Os gastos públicos com combate a incêndios e tratamentos de saúde aumentam na mesma proporção em que esse pequeno grupo se beneficia.
 
As autoridades de todas as instancias precisam trabalhar efetivamente para mudar essa realidade, antes que seja muito tarde. Pois o alerta é no sentido de evitar que a devastação chegue a um nível em que o próprio ecossistema de o "start" em um mecanismo de autodestruição, já que o ciclo das chuvas vem diminuindo ano a ano.
 
SOLUÇÕES INTELIGENTES
 
A implantação de sistemas que consorciam "floresta-pecuária-agricultura" como o desenvolvido pelo pesquisador João K* da Embrapa, pode ser uma ótima saída para recuperação de solos degradados, recomposição de florestas e de quebra gerar empregos.
 
As tragédias ambientais ocorridas recentemente no país servem de alerta para mudanças em nosso modelo de economia, que cada vez mais se baseia na "primarização" de produtos, apostando em minério, soja e gado de corte em vez de tecnologia.
 
A sociedade precisa se envolver para evitar a destruição dos recursos naturais que ainda restam. Caso contrário, morreremos abraçados e vítimas de um suicídio coletivo irracional.   
 
Texto: André Vianello
(*) a reportagem sobre esse sistema pode ser encontrada na edição Nº 361 da revista Globo Rural.
 
Projeto Ciranda Verde   
    

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