quinta-feira, 7 de julho de 2016

ESPECIAL: LOURENÇÃO, A VIDA É MAIS IMPORTANTE! SÉRIE GRANDES PROJETOS

Casa de força principal de Belo Monte em Altamira-PA                    Fonte: G1
Na 2ª matéria da série Lourenção, a vida é mais importante!, continuaremos mostrando que os Grandes Projetos, além de não gerarem desenvolvimento, ainda impactam negativamente o meio ambiente, afetando de maneira irreversível a flora, a fauna e as populações humanas, em um imenso rastro de miséria, fome, desemprego e promessas não cumpridas. 

Hoje, dando seguimento a reportagem sobre os problemas detectados na construção e inicio da operação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, abordaremos saúde pública. O que foi prometido pelo governo federal e a Norte Energia e o que de fato ocorreu na região? Acompanhe!

ESTRUTURA CONSTRUÍDA

De acordo com o Dossiê Belo Monte, desde o início do empreendimento em 2010, a estrutura de saúde pública elaborada pela empresa Norte Energia, responsável pelo projeto, se demostrou insuficiente. Até o ano passado, a empresa havia construído 30 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 4 hospitais, nos cinco municípios afetados ela construção da obra, mas a maioria ainda não funciona.

RESULTADOS

Destruição provoca o aumento na taxa de CO².  Fonte: pib.socioambiental.org
Graças aos sistemáticos atrasos nas construções das UBS e hospitais, a partir do crescimento das demandas na área de saúde em 2013, a qualidade no atendimento teve uma queda brutal. 

O Hospital São Rafael em Altamira, o principal da região, permaneceu superlotado desde então com um aumento de 101% na demanda. A situação foi agravada com o crescimento no número de doenças graças ao atraso nas obras de saneamento básico e água potável, também obrigações da Norte Energia. 

Acidentes de trânsito e a explosão de violência também reforçam os números negativos. Até 2015, os acidentes cresceram na ordem de 213% no comparativo com 2013. 

A população também sofre com o "jogo de empurra" entre a Norte Energia, governo federal e governo municipal. Este último alega não possuir recursos financeiros suficientes para gerir a estrutura de saúde deixada pelo empreendimento.   

Como se não fosse suficiente, o remanejamento de mais de 8 mil famílias para áreas distantes, complicou o atendimento prestado pelo Programa Saúde da Família, (PSF). Não são raras as situações em que a distância dos agentes de saúde resultou no abandono de tratamentos de doenças importantes e do acompanhamento dos pacientes. 

É preciso destacar ainda que a despeito dos graves problemas apresentados, a obra de Belo Monte começou a ser pensada ainda na década de 1970, desde então, ao contrário do acontece em Marabá, todo o processo foi amplamente discutido com a população atingida, para que a usina fosse um grande exemplo de integração harmoniosa com o meio ambiente, com o mínimo de impactos sociais. 

Na próxima matéria você acompanha os problemas enfrentados na área de educação graças a chegada da usina.

Texto: André Vianello
Fotos: G1/ www.pib.socioambiental.org
Dados: Dossiê Belo Monte (ISA).

Projeto Ciranda Verde   



Um comentário:

  1. Lamentável que engodos como esses continuem alimentando falsas esperanças de desenvolvimento e rende para a população carente, quando a gente sabe que no final das quantos o que fica é sempre o prejuízo, tanto ao ambiente, quando às pessoas. Para essas, ficam traumas psicológicos para sempre, pelos sonhos frustados, pelas expectativas que não se realizaram. Trabalhos como o seu, amigo, ajuda a esclarecer um pouco sobre isso. Parabéns, continue a nos informar. Um forte abraço.

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