sexta-feira, 17 de junho de 2016

CONTINUA O MASSACRE CONTRA INDÍGENAS NO MATO GROSSO DO SUL

Enterro de mais um indígena em MS. Foto:anovademocracia.com.br
O Projeto Ciranda Verde vê com preocupação o genocídio a que estão sendo submetidos os indígenas brasileiros e defende a CPI para apurar as responsabilidades. 

Os "índios" são os primeiros e legítimos moradores do Brasil e têm direitos que o estado brasileiro insiste em não reconhecer. Onde sobra omissão abundam os crimes. 

A seguir você acompanha na integra a nota do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão independente ligado à Igreja Católica, sobre mais um massacre contra comunidades no estado do Mato Grosso do Sul, ao todo, 390 indígenas já foram assassinados desde o início dos conflitos entre estes e os fazendeiros locais.

"O Conselho Indigenista Missionário – Cimi denuncia e repudia a ação paramilitar realizada por fazendeiros contra famílias do povo Guarani-Kaiowá, do tekohá Tey Jusu, na região de Caarapó, no estado do Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira, 14, que resultou no assassinato do jovem Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza Guarani-Kaiowá, 26, além de ao menos seis feridos à bala, inclusive uma criança de doze anos baleada no abdômen.
Constatamos, com preocupação, que ações paraestatais realizadas por setores do agronegócio tem sido recorrentes no Mato Grosso do Sul. Desde agosto de 2015, quando foi assassinado o líder Simeão Vilhalva, no tekohá Nhenderú Marangatu, foram registrados mais de 25 ataques paramilitares contra comunidades do povo Guarani-Kaiowá no estado. Demonstrando profundo desrespeito ao Estado de Direito e agindo na completa impunidade, latifundiários têm optado pela prática corriqueira da “injustiça pelas próprias mãos” no estado.
Consideramos que a atuação de parlamentares ruralistas na tentativa de aprovar proposições legislativas, como a PEC 215/00, e no âmbito de Comissões Parlamentares de Inquérito, como a CPI do Cimi e a CPI da Funai/Incra, contribuem para aprofundar o sentimento de ódio aos indígenas, agravando ainda mais a situação de violência contra os povos originários no Brasil e, de modo especial, no Mato Grosso do Sul.
O Cimi solidariza-se com os Guarani-Kaiowá, especialmente com os familiares da liderança assassinada e dos feridos, e exige que o Ministério da Justiça tome providências imediatas e efetivas a fim de fazer cessar os ataques paramilitares contra comunidades indígenas no Mato Grosso do Sul, bem como, para identificar e punir os assassinos de mais uma liderança indígena daquele estado.
Causa vergonha nacional e internacional ao Brasil o fato de setores do agronegócio exportador de commodities agrícolas continuar assassinando líderes de povos originários de nosso país.
O genocídio Guarani-Kaiowá avança pelas mãos do agrocrime no Mato Grosso do Sul.


Brasília, 14 de junho de 2016
Conselho Indigenista Missionário – Cimi"

Projeto Ciranda Verde

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