(Administração municipal justificou que espécies estavam condenadas. Ambientalista condena corte de exemplares de sibipiruna e flamboyant.)
Árvores tombadas na praça chamam atenção dos moradores. |
A Prefeitura de Pitangueiras (SP) cortou 26 árvores de espécies nativas e exóticas na praça central da cidade durante o domingo (30). De acordo com a Prefeitura, a ação foi necessária porque a maioria das plantas estava condenada. Um ambientalista da Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil condenou o corte e considerou a justificativa da prefeitura "fora de propósito".
O som de motosserras foi ouvido na Praça São João, no centro, onde operários da Prefeitura derrubaram 26 árvores, incluindo exemplares de sibipiruna, ipê, flamboyant, entre outras especies originárias de diferentes países.
De acordo com a Prefeitura, a medida faz parte de um projeto de revitalização da praça. A maior parte das árvores retiradas estava condenada por ramificações podres e infestações de cupins. Além disso, uma delas foi cortada para a construção de um banheiro.
A administração municipal ainda informou que a retirada foi autorizada por laudo técnico ambiental e que está previsto o plantio de 34 árvores para diminuir os prejuízos.
'Fora de propósito'
Agrônomo e presidente da Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil, Manoel Eduardo Tavares Ferreira condenou a ação, diante da falta de vegetação na região e também das mudanças climáticas. “Eu achei a coisa mais absurda que se pode acontecer. Com tanta deficiência de áreas verdes na região, os argumentos deles são totalmente fora de propósito”, disse.
Segundo ele, cortes como esse reduzem ainda mais a cobertura vegetal, alteram o regime de chuvas e pioram a umidade relativa do ar. Ferreira também afirmou que, mesmo com a reposição, as árvores demoram muito tempo para contribuírem novamente com o meio ambiente.
“Para uma árvore começar a cumprir a função de retirar a umidade do solo e colocar na atmosfera, de purificar o ar, vão pelo menos dez anos. Até lá ela é uma mudinha. Além do mais, ela tem que ser tratada, pois pode nem chegar à vida adulta”, disse o agrônomo.
Texto: reprodução portal G1
Foto: G1
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