sexta-feira, 16 de outubro de 2015

CÍRIO SEM FOGOS: SUPREMA CORTE DA ÍNDIA PROIBE ROJÕES EM FESTA MILENAR

No Diwali, a Índia proibiu rojões entre entre 22h e 06h

Nos últimos anos, durante as comemorações das festas das luzes na Índia, a utilização de rojões está sendo sistematicamente criticada pelas organizações de defesa do meio ambiente e de defesa dos direitos humanos. 

Com efeito, os rojões são considerados poluentes sonoros que afetam particularmente as crianças e as pessoas idosas, cujo sono é perturbado pelas explosões que ocorrem até tarde da noite. Todavia, a preocupação não se limita aos seres humanos; os indianos sentem-se incomodados com os efeitos dos estrondos nos animais domésticos. Essas perturbações ao sono estão em total contradição com os preceitos hindus de respeito à natureza. 

Na realidade, os animais são particularmente sensíveis aos ruídos, pois a sua audição é mais desenvolvida do que as dos seres humanos. Os animais domésticos, como os gatos e os cachorros, assim como os rebanhos em liberdade nas ruas, na Índia, são afetados pelo barulho e permanecem confusos durante as festas.

Algumas organizações não-governamentais, na Índia, vêm tentando sensibilizar o povo com relação a esses problemas. Aliás, além da explosão, os rojões provocam a formação de uma fumaça e uma névoa que se estende sobre as cidades até o dia seguinte às festas; a atmosfera assim poluída é prejudicial à saúde, em especial às pessoas com distúrbios respiratórios, e a névoa causa uma redução da visibilidade para os motoristas. 


Como na Índia e no Brasil, esses momentos de festas são usados por alguns para mostrarem o seu status social e a sua riqueza, o que estimula a compra de rojões cada vez mais possantes e barulhentos. 

Recentemente na Índia, o governo vem se esforçando para combater essa ameaça. Uma das primeiras medidas veio da Suprema Corte da Índia, que proibiu os rojões por ocasião das festas das luzes entre 22h e 06h, alegando que “o sono é um direito fundamental do cidadão”; ainda que essa interdição não seja estritamente respeitada, ela já teve alguns efeitos políticos: a Comissão Central de Controle da Poluição proibiu o uso de rojões cujo nível de decibéis ultrapasse 125 decibéis a uma distância de 4 metros da explosão. 
Por outro lado, as ONGs vêm tentando sensibilizar as crianças nas escolas, sobre os efeitos maléficos dos rojões, pedindo aos professores para agir junto aos pais, desaconselhando-os a compra de rojões assim como os fogos de artifícios. Estas diversas ações têm dado resultados positivos reduzindo consideravelmente a poluição sonora durante as festas.

Texto: Ronaldo Rogério de Freitas Mourão/ Revista Eco
Foto: www.uol.com.br

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