quarta-feira, 14 de outubro de 2015

DEU NO CORREIO: EMPRESA JBS POLUI O JÁ CONVALESCENTE ITACAIÚNAS

Parece passe de mágica, mas não é. A JBS (frigorífico ou curtume) não se sabe ao certo, tentou esta semana amenizar a polêmica estabelecida pela caiaqueira Vivian Barros, que postou fotos em uma rede social de uma tubulação que despejava efluente negro e fétido no Rio Itacaiúnas. Mas de nada adiantou.

Inicialmente, nem a própria Vivian tinha certeza que a tubulação era oriunda do frigorífico ou de seu irmão gêmeo curtume e por isso não colocou o nome da empresa. Todavia, durante o último domingo, uma equipe do Jornal CORREIO com a TV CORREIO seguiu o rastro do odor e do efluente negro para certificar-se de que a fonte dos resíduos são, de fato, os super-gêmeos.

Quando Vivian Barros fotografou, no domingo anterior, a tubulação de 400 mm despejava o efluente em forma de cascata no rio, a uma altura de 1 metro. Após a publicação das fotos, a empresa agiu rápido e mandou uma equipe colocar um joelho e um tubo extensor para que o líquido negro caísse diretamente no rio sem chamar a atenção com a cascata. A tubulação nova, inclusive, ganhou reforço de arrebite para que não seja retirada com facilidade.

No lugar em que escorre o efluente, o rio fica escuro e 50 metros acima há uma estação de captação de água do rio para o frigorífico, com dois motores bombas que são acionados diariamente por uma equipe da JBS.

Ao analisar um vídeo com imagens do efluente sendo lançado no rio, o engenheiro químico Rogério Santa Rosa, consultado pelo Jornal, avalia que a cada hora a empresa deve jogar no Itacaiúnas cerca de 5 mil litros de seu rejeito. 

Para ter certeza de que a canalização dos resíduos era, de fato, da JBS, a equipe do CORREIO seguiu a pé por uma estrada de chão sempre tomando como base a linha de transmissão de energia que abastece a casa de bomba dentro do rio. Foram 2,5 km de caminhada, passando por brejos, cruzando a Estrada de Ferro Carajás e ainda a pista de dá acesso ao Aterro Sanitário.

Depois de 2,5 km de pé na estrada e conversa com alguns moradores da redondeza, não houve dúvidas de que o efluente tem origem em uma ou nas duas empresas da JBS. Parece também que esse duto não passa pelas lagoas de decantação existentes nas duas plantas industriais da empresa.
A Reportagem do CORREIO enviou email para a Assessoria de Imprensa da JBS, localizada em São Paulo, porque ninguém da direção das empresas responde às indagações dos veículos de comunicação em Marabá. Mas, como tem ocorrido nas últimas duas vezes, o silêncio foi a resposta.

No faro
Procurado pela Reportagem do CORREIO, o secretário de Meio Ambiente, Carlos Brito, confirmou que estava sabendo do assunto e que uma equipe da Semma seguiria hoje, terça-feira, 13, para a área, com a finalidade de analisar a situação e tomar amostras do líquido para saber se passou pelo tratamento adequado ou não.

A promotora de Justiça do Meio Ambiente, Josélia Leontina de Barros, também procurada pelo Jornal nesta segunda-feira, 12, ficou espantada com as imagens e disse que vai exigir da Semma relatório da inspeção para poder se posicionar sobre o caso.

Texto: reprodução Jornal Correio / www.ctonline.com.br
Foto: CT Online

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